terça-feira, 6 de outubro de 2009

um livro, um escritor, um escritor escrito...


O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
Que chega a fingir que é dor
A dor que deveras sente.

E os que lêem o que escreve,
Na dor lida sentem bem,
Não as duas que ele teve,
Mas só a que eles não têm.

E assim nas calhas de roda
Gira, a entreter a razão,
Esse comboio de corda
Que se chama coração.

Uma poesia de Fernando Pessoa....

Estou lendo O Ano da Morte de Ricardo Reis, de José Saramago. Emaranhado, bem engembrado de vida e morte, de fantasma morto que visita o fantasma vivo de si mesmo. Quem finge ser? Quem realmente é... Quem está vivo, na memória e nunca morreu... A leitura é densa e o tempo tão pouco. O livro não rende. Mas o pouco que leio a cada noite é digno de pensar, é digno de sorrir. Tão leve é a morte, tão tênue o fio que nos separa dela. Tão leve é vida, tão pesadas as horas que nos restam dela. Tão mágica a existência. Não percamos tempo com as tristezas, deixemo-las para depois da vida. Pois teremos uma eternidade para contemplá-las, belas estrelas no firmamento....
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3 comentários:

  1. Tão leve a vida... Tão leve a morte. E sempre queremos complicar tudo.

    vou lá no site! ;)

    bjs

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  2. Ando meio afastada dos livros, um pouco por culpa da internet e dos blogs. Mas seu post me incentivou eu estacionei um livro e vou retomar a minha leitura. Parabéns pelo blog.

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  3. Como é bom ler, né mesmo? Tanta coisa vamos descobrindo, sentindo.

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