quarta-feira, 30 de setembro de 2009

um desenho

Fiz este desenho há uns 3 anos, mais ou menos, numa noite de sábado, pra fazer companhia pra Bea. Ela vivia me pedindo pra desenhar com ela, e eu que não preciso de muito pretexto pra me entregar aos lápis de cor, arrumei todos os apetrechos sobre a mesa e ficamos um bom tempo desenhando e pintando... Faz um tempinho que não fazemos isso, mas nesses dias frios e chuvosos de primavera (bem primaveril) é uma boa pedida...

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Mia no galho


A Mia, sobe na árvore pra brincar com os pássaros, mas não sei se ela sabe, que esse é um pé de caqui, daqueles bem grandes que quando amadurecem despencam e se esborracham no chão, se não caírem meu cunhado os colhe e é claro, todos nos esbaldamos da fruta docinha. Mas, voltando a Mia... Ela é a gatinha que pegou uma carona no caminhão do Five (meu cunhado) e acabou adotada pela família. Quando ela chegou era pequenina e indefesa, mas mostrou que era forte e esperta, ela veio literalmente de carona em cima dos troncos de pinus que o caminhão transportava. E por se mostrar tão sagaz, minha irmã, que também é pessoa de fibra, se encantou com o bichano. Como todo gato ou gata, a Mia é "na dela", não dá muita atenção pra visitas e exige respeito no seu território. É a dona da casa, em certas ocasiões... Principalmente quando os mais novos da casa (o neto e o sobrinho - ambos com 4 e 3 anos, resolvem aparecer pra passar uns dias). A Mia, é a Mia... a própria princesinha da casa. Depois que minhas sobrinhas foram morar noutra cidade pra estudar, a Mia tem sido a companheira do casal. Mia, Mia, desce daí, vai derrubar o caqui!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

O túnel do museu

Já faz um tempo, fomos ao Museu Oscar Niemayer, aqui em Curitiba, conhecido como museu do olho... e lá, olhamos, olhamos, olhamos, tantas coisas lindas, tantas sensações diferentes no olhar. Foi uma tarde muito gostosa de passeio. Agora, estamos loucos por um retorno, espero que não demore. Esse lugar onde estamos eu e a Bea, é um túnel que leva á base do olho e onde pegamos o elevador para ir até ao olho propriamente dito, de onde se mira a cidade (ou parte dela) A vista é linda, mas não é só a vista de fora que encanta, já que estamos lá pra ver o que há por dentro. Um salão de exposição sempre bem preparado para surpreender com uma bela mostra. Vale à pena a caminhada pelo centro cívico da capital e também é perto do Bosque do Papa, um lugarzinho pra descanso depois de encher os olhos de arte, a natureza convida a outro olhar, o contemplativo, o verde e a delicadeza da cultura polonesa...
O convite está feito. Venham ver a cidade...

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Espelho

Ilustração - Josi
A imagem que vemos no espelho nem sempre se mostra da forma como realmente somos, ou somos nós que não nos vemos no reflexo do espelho? Confuso? Sim. Definitivamente é confuso. Coloque sua mão direita sobre a superfície do espelho. O que verás? Verás a mão esquerda. Mas não é a sua mão esquerda... ela não está sobre o espelho. Olhe novamente e se veja de lá pra cá. Sua imagem, do outro lado, coloca a mão esquerda sobre o espelho... Embaraçoso, não? E assim é a imagem que fazemos de nós mesmos. Não nos vemos na imagem refletida. Vemos o outro que se mostra para nós. Nos encara, nos observa. Todos os dias compartilhamos com esse nosso outro eu, a cara amassada de sono, as olheiras, os cabelos desalinhados. Com ele compartilhamos as lágrimas de uma decepção e só em frente a ele vemos o quanto a tristeza nos transforma. Também a maquiagem pra uma festa, dividimos com esse ser feito de reflexo. Algumas vezes não nos reconhecemos, nos admiramos, nos miramos. Uns se vêem fora do peso, outros não enxergam a falta deste e não percebem que estão doentes. A imagem daquilo que queríamos parecer se funde com a imagem que queremos que outros vejam. E tudo parece estar fora do lugar. Parece-me que a imagem é o último recurso que nos fala de uma pessoa. Pois a imagem é apenas a ilusão daquilo que realmente deveria mostrar. Nem sempre uma imagem deve valer mais que mil palavras. As vezes, em poucas palavras desfazemos uma imagem que construímos de nós mesmos. Se aquele outro eu, saísse do espelho? E se trocássemos de lugar? Se fosse ele a sentir e eu o reflexo... se...

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Alimento, livro, show





Alimentar e fazer crescer um filho dá um trabalho danado. Não gosto disso, nem daquilo, não quero tomar café da manhã, não vou levar lanche. Tudo isso foi num só dia, numa manhã e almoço, pra ser mais precisa. Como estamos no meio da tarde, temo pelo que me espera para resto do dia, até que a noite chegue... Briguei, ralhei fui chata mesmo, pois se tem uma coisa que me apavora é a possibilidade de ver meus rebentos doentinhos. Não sou do tipo de mãe que fica a toda hora empurrando comida pela boca dos filhos pra vê-los fofinhos e "saudáveis". Mas na hora de sentar á mesa pra comer, acho que o mínimo que se deve fazer é comer um pãozinho com mel, ou margarina, tomar um cafezinho ou chá ou se preferir tem chocolate quente... Ahh, fiquei brava mesmo. E agora paciência, até que minha mágoa passe acho que vou falar duro.... Mas não é isso exatamente que quero. Quero sorrir, cantar e festejar esse dia de chuva, rrss, fazer o quê? Deixa chover, como dizia o Nono Longaretti. Mas a questão é. Alientar o corpo e também a alma - pão e livros... e falando em livros, este aí em cima é Exlibris que fiz pra Bea, pra que ela ame os livros assim como eu e o pai dela.
Fiz também um para minhas sobrinhas a Gisa (fusquinha) e para a Jeje, com seus lindos olhos.

E só pra registrar aqui... Hoje tem show da Fernanda Takai, aqui, no Teatro Guaíra, e eu estou com muita vontade de ir, mas, a grana tá curta... Então só resta desejar que o show seja lindo e inesquecível. Fica pra próxima!

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Nascer - crescer

Quando vai chegando o dia do aniversário, vamos ficando assim assim, meio tristes sei lá. Não sei explicar direito o que acontece. Alguns dizem que estamos no inferno zodiacal, eu sempre fica muito preocupada quando era pequena, pois achava essas palavras muito macabras, e não as compreendia na verdade. E acho que ainda não tenho certeza se sei o que querem dizer... Pareço confusa, mas é que a situação é bem complicada mesmo. Como explicar a uma criança, que temos que crescer. Que o dia do aniversário é dia feliz, de festa e presentes e que também nesse dia ficamos mais velhos? Até porque, acordamos nesse dia, como em todos os outros, sem ter nada na aparência, que nos diga, agora vc cresceu, ficou diferente, mais velho... etc etc e tal. Passamos o dia escutando "feliz aniversário", "muitos anos de vida", abraços, beijinhos, e a piadinha que não pode faltar... "como está se sentindo com o peso da idade?". Que peso? Que idade? O que é ficar velho? Entendo um pouco a carinha de desânimo do meu filho diante do bolo, com a vela acesa. Pensava ele nas responsabilidades que seus três aninhos lhe trariam? Ir ao banheiro sozinho? Recolher os brinquedos pela casa? levar as roupas sujas para o cesto na lavanderia, recolher as lixeiras dos banheiros? Acho que não. Ele estava mesmo pensando, porque estava demorando tanto pra comer o bolo... Outro dia, ele me disse resoluto. "não quero crescer, não" e dali a meio minuto, veio me mostrar os músculos de fortão, pois estava crescendo.... Vai entender.... é a vida...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

As cortinas da sala










Bordei as cortinas sem pressa. E nelas gravei com linha colorida e ponto correntinha os valores e aquilo que buscamos na vida.
Hoje, percebo que cada vontade, cada ação, e cada palavra que são tão belas escritas são também um caminho. O caminho singelo de correntinha, que enlaça, que abraça o sentido da palavra que forma. Que amarra como se fosse um feiticinho, um amuleto o sentimento comum que compartilhamos. Compartilhar, acho que esta palavra está implícita nas outras, está nas entre-linhas da cortina.
Hoje, eu e o Edno estamos fazendo 13 anos de casados. Há tempo pra tudo. E ao mesmo tempo, parece que nem passou. Compartilhamos os sonhos, o amor, a esperança, a paixão e a conquista. Nossa lição de casa de cada dia.

sexta-feira, 11 de setembro de 2009

um bom lugar - junto dela


Minha irmã tem alma de criança. Sua vida é uma bela história pra ser contada em dias de chuva fina, quando a criança dentro de nós pede flores e campos serenos. Ela é o meu raio de sol, e acredito que seja assim para todos que a conhecem. De frágil aparência, pequena notável. Mulher forte que derruba barreiras com a delicadeza de um toque, mas que enfrenta feras e angústias pra proteger as suas crias e as suas crianças. Professora ensina a ler e escrever, mas também a viver. Organiza, repreende, inspira respeito e até medo. Quem não imagina que ela também tenha seus medos, se engana. Mas ela nada demonstra. É sempre forte, e está sempre lá. Porto seguro nas tempestades. Sua casa é o lugar de festa preferido da família. Os netos e sobrinhos adoram ir à casa da Tia Téia, lá tem brinquedo, tem parquinho e tem a Mia. Os mais velhos, gostam da companhia para a cerveja e os almoços, para um bom papo e boas gargalhadas. Mas não é só isso... Na casa da Tia Téia, todos se sentem bem, é um lar acolhedor, sempre se arruma um canto para ler, pra brincar ou pra reunir a família em volta da mesa. Divertimos-nos com suas histórias e com as nossas, numa comunhão descomplicada de assuntos diversos, debates políticos, soluções para o mundo, na pretensão de consertá-lo. Saímos de lá mais leves pra enfrentar a viagem de volta e os dias que se seguem. Hoje ela faz aniversário, e eu queria estar perto pra dar um forte abraço e um beijinho (uma mordida quem sabe). Te amo minha maninha, meu Raio de Sol.
Um beijão de todos nós...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

passo esquecido

Foto - Josi Stanger 6/9/09
O Passo derradeiro foi dado no Viaduto do Chá. Se tinha gente pela rua, ninguém viu, ninguém percebeu. Havia tempo ele notara sua invisibilidade, quando andava pelas ruas cheias de gente apressada, quando parava em frente as vitrines de loja ou lanchonetes, quando á noite procura seu lugar preferido pra dormir, perto da Sé ou mesmo quando nos dia de chuva se refugiava sob o viaduto. Nínguém mais notava sua presença. Ninguém mais se importava com ele, nem ele mesmo. Comia o que encontrava nos lixos amontoados, dormia ao relento, protegido por caixas de papelão, banho, só de chuva. Cigarros, pinga ou droga enganavam o estômago. No corre corre da cidade, ou no silêncio dos becos escuros, ele não passava de sombra, de arquitetura, de calçada. Por isso, quando caiu em si, e percebeu que não faria falta nem mesmo pra si mesmo, deixou o passo final onde estava. Viaduto do Chá.

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

flores sobre a mesa


Sempre que posso, coloco um vaso de flores sobre a mesa. Mão precisam ser flores exóticas nem caras, nem mesmo muito coloridas. Podem ser simples como margaridinha, que são as minhas preferidas. E sobre elas tenho uma historinha. Casei-me no mês de setembro, era quase primavera e queria que a igreja fosse enfeitada com margaridas. Não fazia questão das rosas, dos lírios nem dos pomposos arranjos que a moça da decoração me mostrava no catálogo de fotos. Queria apenas que fossem margaridas branquinhas e singelas. Mas ela me olhou séria e disse. Não é época de margaridas, mas se você faz questão, acho que fica mais caro que as rosas. Olhei pra minha mãe que fazia cara de calculadora, tentando desesperadamente descobrir quanto seria o custo total da festa. Então escolhi o arranjo de rosas mais barato para a igreja, e para o salão usaríamos o mesmo, pois o jantar seria oferecido no salão atrás da igreja. Hoje vejo as fotos e tudo me parece muito engraçado. Entrei na igreja, lotada, com rosas vermelhas enfeitando o meu caminho. Depois da cerimônia, recebi os cumprimentos dos amigos ainda dentro da igreja, e quando saí, surpresa, a igreja estava "pelada", nem uma rosinha pra contar a história. Não faz mal, eu nem queria rosas mesmo, queria margaridas, mas alguém me contou que não há margaridas em setembro... Até hoje não sei quando é tempo de margaridas, pois sempre tenho um vaso na minha mesa. Aqui sempre é tempo. Um detalhe. Fui pra igreja a pé, com crianças correndo por perto pra ver a noiva. Foi um dos dias mais felizes da minha vida, apesar das rosas fugidias.

quarta-feira, 2 de setembro de 2009

um bom lugar - com tinta e sol







O sol faz um convite á brincadeira de se sujar. A mesa devidamente forrada, os potinhos de tinta, papel rascunho, pincéis e a tarde inteira pela frente pronta para ser colorida. Fique acabando meu bordado e apreciando a brincadeira. Quantas vezes o mais fácil é simplesmente proibir, alegando o trabalho que dá colocar as coisas em ordem, a casa arrumada, o desperdício de tinta, etc, etc, etc... e deliberadamente não pensar nas possibilidades da alegria, da sujeira criativa dos pincéis, das risada e dos sorrisos. Porque quando eles insistem na brincadeira é mais fácil dizer não, fazer cara fechada, criar rugas e ralhar. Mas se pararmos pra pensar um pouco, quantas vezes queremos a parte divertida da vida, o sorriso fácil, os potes coloridos da nossa vontade de adulto, e nós mesmos não nos damos o direito a brincadeira, ora por culpa do tempo, ora por culpa da idade. Queria ter as tardes de sol de uma vida inteira pra brincar com todas as cores que pudesse imaginar, chamar os amigos para um passeio, ou simplesmente pra conversar, rir e chorar de rir. Quem sabe agora o sol nos libere um pouco mais, nos dando um pouquinho de seu calor e de sua energia!

terça-feira, 1 de setembro de 2009

dez anos depois - parte II






Curvas, curvas intermináveis. Uma depois da outra, uma para um lado e em seguida para outro, deixando-nos tontos e com um friozinho na barriga, e a impressão de que não chegaríamos nunca. O pior de tudo, era que devido ao grande número de desbarrancamentos ao longo da frágil estrada é que não tínhamos a mínima idéia de que mais a frente o caminho não estivesse inteiramente interditado. E então o que fazer? Ir em frente pra ver, ou voltar? Acho que esta sombra só passava na minha cabeça, pois ao meu lado o Edno dirigia como se estivesse no caminho de casa, como se conhecesse cada buraco da estrada e cada árvore a nos espiar felizes por nos rever epois de dez anos.



Passa ponte, passa boi, passa boiada, cerca, casa e varanda. E a viagem continua.