segunda-feira, 19 de setembro de 2011

voltar no tempo

Quem aí não gostaria de ter uma daquelas máquinas de voltar no tempo? Seja sincero... voltar ao dia que deu um fora em alguém, voltar ao dia em que escorregou no hall da faculdade quando corria pra pegar o elevador e ficou por lá mesma estatelada, rolando de rir... voltar ao dia em que foi pedida em namoro por seu grande amor, só pra ter o gostinho do primeiro beijo, o coração acelerado... voltaríamos no tempo por tantas coisas boas que aconteceram sem pestanejar.


pinhas e pinhões são figuras fáceis no chão de Curitiba... olhos treinados os percebem de cara, mas outras vezes passam despercebidos no dia a dia da cidade...

Mas, há sempre os "mas"... voltar no tempo também exigiria de nós uma boa dose de cautela... talvez por isso seja algo tão impossível no mundo real e tão fácil na imaginação (na imaginação, a cautela não tão necessária)... Voltar no tempo, simplesmente voltando a um lugar real, ou escutando um música, sentindo um perfume ou um sabor. Voltei no tempo ao passar pelo pátio de minha antiga faculdade, a pinha pintada no chão já meio desbotada, os bancos ao redor, as árvores e as escadas tomadas de estudantes que aproveitavam a sombra, pareciam estar lá desde a minha época, os rosto pareciam ser conhecidos, mas eu não me reconhecia ali. A cantina, com seu cheiro quente de massas e bolos, o pão de queijo, pão de batata, as balas, os flyers no balcão, tudo parecia o mesmo, a não ser pela pintura nova, e pelos avisos de rede de internet sem fio, que na minha época era só um sonho... em cada mesa, alguém com um notebook ou um iped, todos conectados , individualizados e solitariamente em rede. Senti falta da falação, da algazarra colorida que pairava no ar daquele lugar. Queria subir até o oitavo andar, mas minhas pernas não quiseram voltar e minha mente se aquietou, eu tinha muito pra fazer na minha vida real e aquele momento de voltar no tempo se acabava por ali mesmo, junto com a coxinha que eu comia... que também não tinha mais o gosto das de outros tempos. Saí da cantina, desci as escadas e fotografei o desenho da pinha no chão e o prédio atrás de mim... a alguns segundos, há 20 e tantos anos, e voltei a ter 40, fiz o caminho de volta procurando minhas pegadas na calçada, mas outros já refizeram este trajeto tantas e tantas vezes que não encontrei as minhas, apenas meu olhos repousavam por lugares que já vi, que já olhei e que já tinha esquecido. Novas cores do dia de hoje já não causam o mesmo efeito que naquela época... o pássaro pousado sobre o semáforo já não é o mesmo de outros tempos. A vida vai, e nós temos as lembranças como tickets de embarque pra viagem de volta no tempo...

no oitavo andar tinha um avião amarelo num fundo azul escuro, pintado na rampa... era nossa marca, era nossa identidade, nosso andar era o mais legal da faculdade...
saudade é grande...

beijinho a todos

6 comentários:

  1. Sinceramente não sei se optaria por voltar atrás no tempo... se pudesse!

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  2. Eu voltei junto com você, mesmo nunca tendo ido à sua faculdade. :)
    Mas, concordo com o mfc, se voltar no tempo significa passar por tudo aquilo de novo, as coisas boas e ruins... sei lá se faria.
    Podiam ficar só as boas, né? :)

    bjs

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  3. Pois é... reviver assim um lugar um tempo é até bom... ms voltar no tempo de verdade acho que não seria uma boa experiência... por isso podemos aproveitar as boas lembranças pra fazer delas uma viagem... é isso aí... reviver bons momentos relembrar de pessoas queridas... isso sim é um prazer...
    um abraço e obrigada pela visita! eu já andava com saudades de passara por aqui com mais frequência...
    beijinhos
    mfc e Mirian

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  4. E eu viajei em seus passos, retornei ao seu tempo. Nesta câmara mágica que é a imaginação, que nos leva a qualquer parte, que tem o poder de nos fazer voltar no tempo. Palavras que já não dizemos, contas que não fazemos, amigos que não vemos. Fica tudo ali, registrado no painel da mente ao alcance de um toque leve. Um cheiro que nos transporta ao dia de páscoa, um olhar que nos faz lembrar do amor perdido, um sabor que nos faz retornar àquelas sensações adolescentes de descobrir o mundo.
    Amei cada palavra, cada passo e no final ainda tive o prazer de tocar o avião amarelo, que pode não estar mais lá, mas a lembrança dele habita vividamente o seu coração.
    Fecha os olhos e viaja ao tempo em que eu lhe dava um cachinho...
    Te amo.

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  5. Meu anjo, ainda vejo seus olhinhos brilhando, seu sorriso meigo, enquanto com todo carinho do mundo suas mãozinhas gordinhas me davam um lindo cachinho dourado de sua vasta cabeleira. Essa lembrança tem cheiro bom de casa acolhedora, de risadas e de abraço apertado... te amo minha sobrinha querida, e isso ninguém nunca poderá tirar de mim. Vc e suas irmãs são minhas também, como se fossem as filhas que escolhi, um presente que Deus me deu.
    beijoca da tia Jo
    e obrigada pela companhia nesse passeio na imaginação.

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  6. Voltar no tempo só mesmo na imaginação...rsrsrs. Nada como poder observar a história construída. Beijocas!

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