terça-feira, 21 de setembro de 2010

Um Bom Lugar de reflexão


Hoje retorno ao título que dava aos meus primeiro posts, para falar de um lugar que fez parte de minha adolescência, onde cultivei amigos, onde brinquei como criança e com crianças, onde festejei, aprendi e de onde estive separada por um tempo, maior do que eu queira, mas por onde andei no domingo passado, retomando passos, recuperando um tempo e sonhando com projetos futuros.

O Seminário Rogacionista João Paulo II, já era um ponto de referência quando eu vim morar neste bairro há 25 anos. Possuía um terreno muito grande com um campo de futebol e uma quadra de volei, além da construção do Seminário em si, com seu refeitório amplo, a cozinha, a sala de TV o corredor, a biblioteca o salão de estudos e palestras, onde eu fazia aula de violão e a capela. Tinha também o pátio interno, um espaço onde acontecia a festa de São João, época do padre Mário, com fogueira e quadrilha e onde já fiz um tapete colorido para a procissão de Corpus Christi.


Pena que não tenho aqui as fotos da antiga casa dos meus pais, pois lá naquele pequena casa de madeira foi o primeiro endereço do seminário. É que enquanto se construía o Seminário numa parte alto da bairro, a casa em que eles moraram, mais tarde foi comprada pela minha família e onde morei até me casar.
Depois meu pai desmanchou a pequena casa e construi uma casa nova, maior para abrigar a família toda nas festas de Natal.
Na época do grupo de jovens, nos domingos a tarde turma toda se reunia para jogar volei no seminário, e dali saíam as idéias dos encontros, da catequese, os ensaios de teatro para a sexta feira santa, as ações das pastorais e dos cursos bíblicos, enfim, mesmo depois da reunião do grupo de jovens após a missa do domingo, nosso assunto continuava durante o jogo de volei... penso hoje que isso se dava pelo fato de que tinha-mos um lugar para laser seguro e propício onde as idéias surgiam e as ações eram sempre amparadas e animadas.

Domingo, quando estive no seminário, vi a quadra, praticamente abandonada, as escadarias onde sentávamos cobertas de folhagens, quase um lugar fantasma onde os fantasmas da minha juventude ainda brincam, cantam e sentem a falta de outros sorrisos e outros jovens.
Quem vê aquela quadra lá, tão solitária pode imaginar que esta comunidade parou no tempo, que aqui os jovens envelheceram e já não há mais jovens na vizinhança. Ledo engano. Novas casa, novas ruas surgiram, gente de todo lugar agora comunga dos mesmos espaços no bairro, mas não compartilham mais a quadra de volei... Agora nossos adolescentes não jogam volei mais, não se reúnem para trabalho nas pastorais, não se interessam mais como antes por assuntos da comunidade ou por situações comum a idade deles, seus sonhos e anseios. A maioria deles, imagino eu, possuem apenas os amigos virtuais, os gostos virtuais, os ideiais de outros, o mundo ficou maior, mais amplo, e fechou os seus limites dentro do teclado do celular... universo grandioso e ao mesmo tempo tão pequeno, que não chega até a igreja...

Saudosismo... sim, o mais puro e solitário saudosismo que eu sinto agora. Daquele que nos arrebata a procura de velhos rostos amigos, de velhos cadernos onde ficaram registrados lembranças do passado, recados, fotos e desejo de felicidade para uma vida toda.
Entre os amigos que passaram por aqui, lembro com carinho do Tolovi, Wilson, Kreps, Tristão, Gelson, Adilson, Juarez, Simão, Clésio, Aris Paulo, Aldírio, Rosso, José Aires, Luiz, Itamar, Reginaldo, Alceu, Pe. Ângelo, Pe. Osni, Pe. Nei, Pe. Mário e outros que mesmo não lembrando direito os nomes, lembro dos rostos, dos sorrisos e dos momentos alegres que passamos. Alguns desses, eram seminaristas, hoje são padres, como o Wilson, Juarez, Simão, Luiz, Alceu (que já foi nosso pároco), e outros que saíram e tocaram suas vidas pra outras bandas, como pais de família como o Gelson, o Aris Paulo, o Itamar, outros não tive mais notícias, como o Adilson e o Clésio o Tolovi, outro dia esteve aqui no seminário, de passagem e não pude rever)...
Outras pessoas, do grupo de jovens, moram ainda aqui por perto e eventualmente nos encontramos. São amigos (as) como a Vanessa, a Heleninha, a Dani, o Márcio, a Gloria (que é mãe da minha catequizanda, Isabela), a Nalva a Lady, o Kico, o Altair (da Dalva), a Dulcinéia, e aqueles que sumiram também... a Iara, a Cleide, a Mel, o Marcelo, a Isaura, o Doni, o Toni, a Malena, o Vilmar, o Jairo, o João...

Tenho saudades dessa turma toda, mas, mais do que isso tenho um sentimento de que a atual juventude (pelo menos por aqui) não terá nem a chance de sentir esse tipo de saudades, porque, hoje já não se cultiva amigos da mesma maneira que nós. Falta a eles a liga que nos unia, ou seja, aquele em torno que quem nós nos reuníamos, Jesus. É estranho, mas será que só eu sinto isso?

Quem sabe... uma quadra de volei e sua arquibancada ainda esperam pelas risada de outrora... dos jovens que cantavam com o Tolovi ... " amizade é como a luz e como o sol, que aquece e ilumina nossa vida, amizade é como a força da canção que penetra o coração na mais linda melodia...".

Então, outros grupos de jovens terão espaço e vontade de caminhar ... terão um dia também uma bela amizade pra recordar... entre um sorriso e uma lágrima, mas sempre AMIZADE.


4 comentários:

  1. Josi,
    Realmente nossa turminha era unida pelos ensinamentos de Jesus Cristo.
    Sinto um aperto no coração devido a saudade, mas estou confortado, pois mesmo pela falta de muitos aos quais não vemos mais, tenho a certeza que estes também levam no coração, a verdadeira maneira de cultivar uma amizade que pode transformar, amar, viver, partilhar, e dar exemplo, pois com o Cristo no centro de tudo o que fazemos, o tempo nunca apagará as nossas histórias de transformação.

    Beijos,
    Altair.(Al)

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  2. Pois é Al, esse elo, nunca se desfaz, mesmo com a distância e o tempo, a amizade ficou tatuada em nós para sempre.
    Eu sou feliz por ter vc, a Dalva, a Nessa e a Dani por perto...
    beijinho pra vcs
    Jo

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  3. As vezes eu também tenho esse saudosismo e viajo nas lembranças. Muito gostoso!

    beijoss

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  4. Luci
    Uma viagem muito boa no tempo!
    beijinho
    Josi

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