terça-feira, 21 de julho de 2009

um bom lugar - um sonho




Primeiro

O avião.

Parece coisa de criança. Uma criança de 38 anos. Pra muita gente é coisa corriqueira, pra outros é uma vontade negada... É como querer e não saber como admitir. Tem gente que diz que nunca andará de avião. Eu, ao contrário sempre quis. E sabia que um dia iria voar, não tinha pressa, não tinha urgência, não tinha medo que esse dia nunca chegasse, pois alimentei dentro do peito a certeza desse dia. Coisa tola, coisa de criança, como se isso fosse algo além do imaginado. E achei tudo tão frágil, como a vida da gente. Achei o avião pequeno pra minhas expectativas, mas acho que isso era porque pra mim parecia ser um sonho meio longe ainda... E quando vi estava lá, sentadinha na minha poltrona que esteve sempre lá a minha espera, pra me levar. A novidade, era a sensação da decolagem, sentir a cabeça bem leve e o corpo tenso. Sentir o chão faltar e o céu infinito sobre a cabeça e de repente, a terra lá embaixo cada vez mais longe e mais bela. Montanhas, rios, lagos e cidades. Vida, movimento, gente. Andar entre nuvens. Em dias de nuvens brancas, olhamos pra cima para flagrar um céu azul entre uma nuvem e outra. Naquele dia, olhei para baixo para flagrar uma montanha, ou o mar entre uma nuvem e outra. Lindo. De Curitiba ao Rio de Janeiro, foram 45 minutos de contemplação. Olhei tudo o que meus olhos puderam alcançar, até o horizonte levemente arredondado, respirei fundo quando o capitão informou a altitude e a temperatura externa, e nem dei muita atenção á área de instabilidade que atravessamos, ela não conseguiu me assustar, e até achei que se não tivesse uma turbulenciazinha não teria graça, não seria completa. Afinal, tudo tem seu encanto.
E em fim, no Tom Jobim .... Rio de Janeiro Rio de Janeiro, Rio de Janeiro Rio de Janeiro, aterrar...

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