quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Lá vem o Natal!

Conforme vai passando o tempo, os ponteiros do relógio paressem dar voltas mais rápidas... vai se aproximando o fim do ano e temos aquela nítida impressão de que vamos esquecer de algo, ou que simplismente estamos negligenciando algo antes que o ano novo chegue implacável, trazendo consigo a festa, a ressaca, a bagunça, os presentes mais festas, mais listas (agora não de presentes mas de material escolar) e começa tudo novamente... e daqui a pouco, assim sem mais nem menos estarei aqui postando imagens de pinheirinho enfeitado, embrulhos de natal e o desejo de Boas Festas... Amém!...
Se é pra ser assim, que seja. Vamos fazer desse carrossel o  mais agradável possível.
Vamos nos dar as mãos e dançarr a dança das horas...


Só falta o personagem principal...

"...as flores de plástico não morrem..." essa bancada revela um sincretismo religioso... hehehe

na parede quadros pintados pela Bea...

o último cartaz da série Advento...  Anunciação. Vou entregá-lo daqui a pouco lá na paróquia, junto com uma sacola cheia de estrelas...

para o presépio.


A DANÇA DAS HORAS
Ivo Barroso

Dançando as horas se vão
Pelos caminhos do Tempo
Numa leveza de pluma…
Quem vedes na marcação
Do compasso e contratempo ?
- Uma.

Dançando se vão as horas
Sob os véus de fina gaze
Dançarinas semi-nuas…
Quem dança, das mais sonoras,
Esta belíssima frase?
- Duas.

Rapidamente bailando,
Cada qual mais erradia,
Desfila por sua vez.
E aquela, aos poucos finando
Nos horizontes do dia ?
- Três.

Vão dançando a tarantela…
- Mas, da última, o perfil
Me parece horrível e atro.
Ah! não falemos daquela;
Esta aqui é mais gentil.
- Quatro.

Sabeis acaso do nome
Da de vestido de faile
Que lhe queda como um brinco ?
Que pena! Logo se some …
A mais ligeira do baile!
- Cinco.

E aquela, de azul vestida,
Tão triste no seu bailar,
Seu nome acaso sabeis?
Parece o adeus da partida
Para nunca mais voltar…
- Seis.

E esta, bailando qual fronde
Ao vento que vem do mar
Em que a lua se reflete ?
Trajada como o “gran’ monde”;
Esbelta no seu bailar ?!
- Sete.

Vós me enganais no bailar:
Sei que passais sem demora
(Quisera ser tão afoito
Que vos pudesse parar).
Mas, e esta que dança agora ?
- Oito.

Sob os vestidos de gazes
Trazeis convosco a ruína;
Vosso olhar não me comove,
Falazes horas, falazes…
Mas, e aquela bailarina ?
- Nove.

Dançou o rápido “allegro”;
Nem sequer o rosto olhou-me
E eu mal notei os seus pés.
E esta, vestida de negro,
Sabeis acaso o seu nome ?
- Dez.

Agora passam mais lentas:
Vede aquela que aí vem
Dando passadas de bronze
Pelas horas sonolentas…
Que nome será que tem ?
- Onze.

Aquela outra que se arrasta
Custando tanto a passar,
Que eternamente repouse
Já de tão velha e tão gasta.
Como se deve chamar?
- Doze.

Fechando o ciclo fugace
A de perfil atro vem
E nos leva em seu transporte.
Pois dessa, de horrenda face,
Dizei-me o nome, se tem?!
- MORTE.

(1948)



2 comentários:

  1. O Natal é um apaziguador de almas!
    Funciona como um Xanax!!!

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  2. é mesmo mfc... apaziguador de almas... nos renovando para o que resta do ano... e preparados pra recomeçar.

    Um abraço, e um Feliz Natal!!
    Josi

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