quarta-feira, 25 de novembro de 2009

as mãos que trançam...


A campainha tocou no fim de tarde, ainda claro pelo sol do horário de verão. Uma jovem mãe indígena e dois filhos estava parados no portão com seus cestos coloridos e um jeito tímido de falar, como se falasse uma língua estrangeira com vergonha de errar. As crianças muito bonitas, com sua pele cor de jambo e seus olhinhos rasgados, vivos de um brilho sem igual. Uma amiga que estava de visita ficou impressionada com a chegada deles, pois é muito raro virem pra cá. E também porque sempre vêem de muito longe e passam a noite na rodoviária da cidade sabe-se lá com que tipos de privações e de necessidades. Fico pensando em nossa postura diante deles, em como somos estranhos no espaço e no tempo. Somos os que vieram de longe ou somos filhos da terra que acolheu nossos antepassados? Eles estão aqui há muito mais tempo, a milênios já habitavam essas terras, com seus costumes e crenças, com seu respeito pela terra, pelos rios e pela vida.
Eu lembro de uma frase de um livro de história... "... chegaram os Portugueses sob intensa chuva e vestiram os índios, que pena, tivessem chegado num dia de sol, os índios teriam despido os Portugueses..."

2 comentários:

  1. Tenho um sentimento estranho em relação a eles. Me pego sorrindo com carinho como se estivesse à frente de alguma espécie de pureza. O sorriso tímido que dou à criança desconhecida, o mesmo sorriso que dou aos donos da nossa terra.

    beijo, beijo, beijo

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  2. pois é Gi... vc falou bem, é uma espécie de pureza mesmo... vc tinha que ver o sorriso mais lindo de indiozinho...

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