sexta-feira, 21 de agosto de 2009

uma vontade

obra de Escher
A minha vontade é ainda tímida, e pensei ser só minha. A minha vontade é habitante do mundo das idéias. É apenas uma vontade. Mas talvez se avulte. A minha vontade já engatinhou nos movimentos das diretas mesmos sem saber que em nada daria. A minha vontade passeou com os caras pintadas na época da faculdade, mas de cara limpa e meio desconfiada de que não ia dar em nada. E não deu, afinal de contas, o presidente deposto está lá novamente no plenário falando asneiras, com o mesmo olhar de louco de antes. A minha vontade pereceu morrer. Enterrei a minha vontade durante anos em baixo de votos em branco e nulos com a esperança de que essa atitude suscitasse meu íntimo desejo de mudança. Deu em nada. Agora reflito, onde foi parar a minha vontade por um país melhor e justo? Queria poder ver notícias boas vindas de Brasília. Menos impostos, mais educação, menos paternalismo, mais fiscalização... menos cpis, ou melhor menos necessidades de cpis, mais honestidade e transparência. Tenho sempre a nítida sensação de que eles fazem tudo às claras mesmo, pois acham que o povo é idiota. E infelizmente acabo por concordar... Basta ver quem ainda está lá.... Siglas gastas, repetidas, nomes mofados, lugares quentes nas cadeiras do congresso, cadeiras cativas, cuecas recheadas de dólares, contas e funcionários fantasmas, recados dúbios a ouvidos moucos... Vivemos num país nonsense como uma gravura de Escher , com crianças nos lixões, acusações abafadas nos microfones do congresso, futebol e carnaval, o ópio do povo. E a minha vontade, será que encontro até a próxima eleição ou nem me dou ao trabalho de procurá-la?

Um comentário:

  1. Josi, eu também ando muito pensativa e desanimada em relação a política. Definitivamente não tenho mais nenhuma esperança que algo vá mudar.

    Gostei muito dos seus textos!

    abçs e ótima semana!! :)

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