quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Um bom lugar - que já foi...


Água límpida, que corre entre as pedras, sob o sol quente de janeiro. Vasto espaço de silêncio e sol, estrada de terra e pedra, tranquila que longe vai. Quando fui para este lugar pela primeira vez, sabia que seria pra sempre um lugar pra voltar, senti que ia gostar dali, como se gosta de um refúgio longe da correria da cidade. Pena que é tão longe. Conheci as pessoas que vivem e trabalham esses campos, que labutam no dia a dia essa terra. Um dia, me espantei quando me dei conta, que estávamos no dia 31 de dezmbro, lá pelas 18h, e todos estavam trabalhando no fumo como em qualquer outro dia do ano. Muito diferente daqui, que deveria estar a maior correria... Mas quando conheci o rio, não imaginava que ele corria algum risco. A gente tem idéia que rio é rio, sempre estará lá, no seu curso, caldaloso ou não, com peixes e com pedras, cantando a música úmida do seu passo. Mas não é bem assim. Já fazem ums quatro anos que não vamos mais até o rio. Ele está lá, doente, carregando o veneno das lavouras de arroz. Em alguns lugares, as pessoas se encontram pra aproveitar o dias de sol e brincar na água, é uma festa. Mas, mais pra baixo, perto da vila São Francisco, que é o meu destino, ele já não atrai niguém.
Rio Morto.
Que pena. Mais um lugar que já foi um bom lugar.
Ouve o barulho do rio, meu filho
Deixa este som te embalar
As folhas que caem no rio, meu filho
Terminam nas águas do mar
Quando amanhã, por acaso faltar
Uma alegria no seu coração
Lembra do som dessas águas de lá
Faz desse rio, a tua oração
Lembra meu filho, passou passará
Esta certeza, ciência nos dá
Que via chover, quando o sol descansar
Para que floras, não faltem
Jamais.

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